Em menos de dois meses, Londrina vê o terceiro
prefeito assumir o cargo
Barbosa Neto, José Joaquim Ribeiro e Gerson Araujo integram a lista.
Professor da UEL, fala de reflexos políticos e econômicos das mudanças.
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Gerson Araújo (PSDB) assumiu a prefeitura
(Foto: Devanir Parra/Câmara de Londrina/ Divulgação)
(Foto: Devanir Parra/Câmara de Londrina/ Divulgação)
Em pleno ano eleitoral, três pessoas já passaram pela cadeira de
prefeito de Londrina, no norte do Paraná, em menos de dois meses. Saiu
Barbosa Neto (PDT), entrou o vice José Joaquim Ribeiro (sem partido) e, agora, quem comanda a cidade é o ex-presidente da Câmara de Vereadores Gerson Araújo (PSDB), que também é candidato a vereador nas eleições de 2012.
Essas mudanças têm por trás escândalos políticos e suspeitas de
irregularidades na gestão do orçamento público que infelizmente integram
a história do município.
O professor de Ética e Filosofia Política da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Clodomiro Bannwart lembra que há 12 anos a cidade vivencia casos de má gestão publica. “No caso de Londrina, evidencia-se, mais uma vez, a mercantilização da política, ou seja, a relação promiscua entre dinheiro público e privado; a não separação entre o público e o privado; o resquício patrimonialista de se fazer política em que o gestor público age como se administrasse privadamente o quintal da sua casa. É um modelo ultrapassado de fazer política que não coaduna com o Estado de Direito”, avaliou Bannwart.
O professor de Ética e Filosofia Política da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Clodomiro Bannwart lembra que há 12 anos a cidade vivencia casos de má gestão publica. “No caso de Londrina, evidencia-se, mais uma vez, a mercantilização da política, ou seja, a relação promiscua entre dinheiro público e privado; a não separação entre o público e o privado; o resquício patrimonialista de se fazer política em que o gestor público age como se administrasse privadamente o quintal da sua casa. É um modelo ultrapassado de fazer política que não coaduna com o Estado de Direito”, avaliou Bannwart.
Para o professor, diante deste cenário confuso, o eleitor se torna
cético e acaba deixando de enxergar no voto a possibilidade de mudança
na sociedade. “O eleitor sente seu voto desprestigiado, não o enxergando
mais como um empréstimo que ele concede à manutenção da cidadania e das
instituições que administram o bem público”.
Ainda que o modo de se fazer política em Londrina, enfatizou o professor, tenha resquícios do populismo da década de 60, é preciso valorizar o papel da população que almeja mudanças. “As instituições democráticas, a sociedade organizada e demais movimentos estão funcionando sintonizados com a democracia que todos nós almejamos”, disse Bannwart.
Não há dúvidas de que os reflexos deste cenário recaem sobre a população, tanto do ponto de vista político quanto do econômico e do desenvolvimento. Segundo o professor, o trabalhador de Londrina tende a sentir vergonha, afinal, todos são coparticipes na escolha gestores. “Há uma crise ética e, quando falamos em ética, falamos de credibilidade, de confiança, de lisura, de honestidade. Tais valores são fundamentais também para fomentarem o desenvolvimento de uma cidade”, afirmou.
Ao se analisar o quesito econômico, quando o empresário cogita investir em Londrina e percebe esta instabilidade política, a tendência é que ele opte por outra cidade. “Empresários que não enxergam confiabilidade e segurança política na administração pública de um município, certamente irão para outra cidade. E isso tem acontecido em Londrina nesses últimos anos. Há dados, divulgados recentemente, que apontam as dificuldades de empresários para se instalarem em Londrina. Na primeira vez que chegam à cidade são atendidos por tais secretários e tais secretários; na segunda vez, o secretário está preso e o prefeito cassado; na terceira, o vice já não está mais porque foi preso. Quem confia em administradores assim?”, questionou o professor
Ainda que o modo de se fazer política em Londrina, enfatizou o professor, tenha resquícios do populismo da década de 60, é preciso valorizar o papel da população que almeja mudanças. “As instituições democráticas, a sociedade organizada e demais movimentos estão funcionando sintonizados com a democracia que todos nós almejamos”, disse Bannwart.
Não há dúvidas de que os reflexos deste cenário recaem sobre a população, tanto do ponto de vista político quanto do econômico e do desenvolvimento. Segundo o professor, o trabalhador de Londrina tende a sentir vergonha, afinal, todos são coparticipes na escolha gestores. “Há uma crise ética e, quando falamos em ética, falamos de credibilidade, de confiança, de lisura, de honestidade. Tais valores são fundamentais também para fomentarem o desenvolvimento de uma cidade”, afirmou.
Ao se analisar o quesito econômico, quando o empresário cogita investir em Londrina e percebe esta instabilidade política, a tendência é que ele opte por outra cidade. “Empresários que não enxergam confiabilidade e segurança política na administração pública de um município, certamente irão para outra cidade. E isso tem acontecido em Londrina nesses últimos anos. Há dados, divulgados recentemente, que apontam as dificuldades de empresários para se instalarem em Londrina. Na primeira vez que chegam à cidade são atendidos por tais secretários e tais secretários; na segunda vez, o secretário está preso e o prefeito cassado; na terceira, o vice já não está mais porque foi preso. Quem confia em administradores assim?”, questionou o professor
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